sexta-feira, 13 de abril de 2012

My precious


"Os brasileiros, os brasileiros sãos uns calões. Aquilo no Rio de Janeiro, trabalham meia dúzia de horas por dia só para terem o que comer e o resto do dia é para andarem na ronha, a beber copos, na conversa, andarem lá para as praias......". Isto ouvi eu, ainda menino, no meio duma daquelas conversas de crescidos que somos "obrigados" a escutar.

Lembro-me de não ter percebido o tom crítico com que aquilo foi dito. A mim fez, como continua a fazer, todo o sentido. Esta conclusão, de que o tempo é precioso, geralmente tiram-na as pessoas depois de passarem por momentos complicados, daqueles em que ficam entre a vida e a morte. Eu tive a felicidade de não ter de passar por isso para lá chegar.

Esse lema de vida sigo-o, assim, desde aí. Foi por ter o meu tempo em tanta consideração que nunca aceitei propostas para mudar de emprego. Hoje em dia estaria com uma conta bancária bem mais recheada, por certo. Mas tinha perdido muito da minha vida. E eu não sei se amanhã cá estou para gozar todo aquele dinheiro.

Não sou rico. Mas tive uma rica vida.

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